Ilha Grande com Aventureiros e Muitas Trilhas – dez 14

Ilha Grande merece mais do que uma visita. Se você tiver pouco tempo, dificilmente conhecerá cada particularidade, trilha, história e praias desse paraíso no litoral fluminense.

Como Chegar

Saindo de SP, optamos pela Rod. Dutra até a cidade de Barra Mansa e pegamos essa estradinha que liga até Angra dos Reis, que está em bom estado e é bem gostosa de dirigir.

De carro, você precisará escolher algum estacionamento, com a média de R$ 40 diária. Neste link você encontra uma relação para fazer a reserva antecipadamente.

Aproveite para fazer uma consulta de horários de barcos, pois o acesso para Aventureiros é restrito. Geralmente tem os barcos dos donos dos campings ou um ou outro que saem esporadicamente. Já para a Vila de Abraão, tem várias opções. Veja aqui!

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A Praia de Aventureiros

Torça para o mar calma na travessia Angra-Aventureiros, pois 40 minutos, das 3h horas da viagem, são feitas em mar aberto. Não tivemos esse problema.

São várias opções de camping e ficamos no mais comentado aqui na internet, o do Luis. Vale a pena por toda a estrutura, com lonas já colocadas para proteger a barraca, cozinha comunitária, banheiros sempre limpos, chuveiro aquecido e restaurante.

A dica é levar comida para preparar lá, caso não queira pagar diariamente a refeição a R$ 25, água de 1,5l a R$ 7, e café da manhã a partir de R$ 7. Algo assim!

Optamos por chegar pouco antes do Natal e sair logo no dia 25, pois o valor mudava de R$ 25 para R$ 50 por pessoa.

Eles têm redes, bastante espaço de sombra para as barracas, slackline, rede de vôlei, alugam stand-up, prancha de surf e fazem passeios. A luz a noite desliga às 24h.

O cartão postal do local é o coqueiro tombado e em posição de “L”. A praia é bem pequena, algo em torno de 500m, mas você pode visitar as vizinhas do Leste e Sul, onde se concentram os surfistas.

Fique atento aos barcos que chegam, quando decidir ir embora, pois eles partem rapidamente de volta e pode ser que não tenha outro no dia.

De restante, aproveite para descansar. É um bom local para caminhadas, fugir da tecnologia e ler livro!

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A Amizade

Dias antes de partir para a viagem, deixamos pré-combinado com os amigos Gabi e Mariano que eles fossem até Aventureiros nos encontrar, já que eles iriam para a Vila de Abraão.

Nós já tínhamos desistidos da chegada deles. Isso porque é muito fora da mão sair de Abraão e ir até onde estávamos. Você precisar ir para Angra. De Angra ter a sorte de encontrar um barco para Aventureiros. Ou então, teria de pagar um passeio particular ou compartilhado saindo de Abraão, mas, além de caro, é um pouco difícil encontrar.

Mas eles chegaram. Procurando pela gente no meio das barracas, às 19h, na véspera do Natal. Quando a sintonia está bem alinhada, tudo dá certo. E foi o que aconteceu. Curtimos a noite juntos como uma família e mudamos nosso roteiro, seguindo com eles para a Vila de Abraão, dividindo o quarto.

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A Vila do Abraão

Aqui é onde tudo acontece, com uma ampla rede hoteleira, gastronômica e turística. Pode vir com família que tem todo tipo de serviço, para todo tipo de perfil.

Nós fugimos um pouco dos restaurantes caros e focamos nas trilhas que gostaríamos de fazer. Escolhíamos restaurantes mais afastados da ‘orla’, para ter uma refeição necessária do dia.

Se você quiser fazer passeios de barco, a cada 30 metros é possível encontrar uma agência de viagens. Fizemos tudo a pé, para Palmas, Pouso, Lopes Mendes e Dois Rios.

Procure por um mapa da ilha para fazer as trilhas. Essencial. Vamos a elas!

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Palmas-Pouso-Lopes Mendes

São 14 km de trilha, ida-volta e no caminho você será presenteado por pontos para fotografar a Vila de Abraão por cima. A primeira parada é em Palmas e apenas passamos para chegar em pouso, uma praia onde alguns barcos descem para que os turistas façam a trilha até Lopes Mendes, considerada uma das mais bonitas do Brasil.

Lopes Mendes é, sim, bonita. Mas é daquelas praias muito grandes. Para mim, a do Aventureiros ganha de longe em beleza.

A praia é uma reserva, por isso é proibido acampar e não possui infraestrutura, mas você encontra alguns ‘locais’ vendendo bebidas. Tomamos uma água (R$ 10, de 1,5l) e voltamos para Pouso, para uma refeição.

A prainha de Pouso tem água cristalina e aproveitamos para curtir o final da tarde, descansar um pouco e voltar para Abraão.

É uma trilha um pouco puxada, mas que é possível fazer tranquilamente. Tire o dia para fazer esse passeio.


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Dois Rios

Anota aí: são 20km para Dois Rios, mas vale a pena. A trilha é aberta, por isso faça uma programação para não pegar o sol do meio dia durante o trajeto.

Dois Rios é conhecida pelo Presídeo Cândido Mendes, onde abrigou por muitos anos presos políticos e onde surgiu o Comando Vermelho. Para saber um pouco mais, assista o filme 400 contra 1. Veja o trailer aqui.

A vila de Dois Rios era muito bem cuidada pelos próprios presos que tinham “liberdade” para trânsito livre na localidade. Um deles recebeu sua liberdade definitiva recentemente. Por sorte do destino, encontramos com ele em um ponto de ônibus, onde a Pá e a Gabi descansavam.

Julio de Almeida tem 83 anos e história para dias e dias. E foi assim, naquela tarde, que ouvimos contos do próprio protagonistas, de como ele tentou fugir duas vezes da ilha, do famoso resgate de helicóptero do traficante Escadinha, e de como era o cotidiano dos presos e dos militares. Saiba mais sobre a história dele, neste link.

A vila leva esse nome pois tem um rio em cada lado da praia. Escolhemos o rio do lado próximo ao presídio e curtimos uma água doce para relaxar e repor as energias para a volta na trilha.

Já o presídio é uma pena que esteja em ruínas. Deveria ter um trabalho de restauração, já que o local conta com um Museu e poderia ser complementada e preservada a sua história.



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A Pizza de Abobrinha do Tietê

A receita foi descoberta na rede social Pinterest, sendo comentada apenas por pessoas que não eram do Brasil. Resolvi arriscar, preparei uma vez, mas foi no interior de SP que ela ganhou uma versão com a cara do Brasil. Chamo-a de “Pizza de Abobrinha do Tietê”.

A cidade de Borborema, no Centro-oeste paulista e a 380km da capital, foi o palco para a receita, em um rancho localizado às margens do rio Tietê. Estávamos em 11 pessoas!

A receita é para a preparação da massa e não vai farinha, apenas abobrinha, queijo e ovo. A versão que encontrei recomendava 3 abobrinhas italianas, 300g de parmesão e 3 ovos. Fácil de guardar!

A Pizza de Abobrinha do Tietê ficou assim: 2 abobrinhas caipiras (são muito maiores), 300g de queijo meia cura e 3 ovos. Preparamos 10 massas.

A recomendação é que a preparação seja feita com antecedência, porque é necessário ralar as abobrinhas e secá-las. Para isso, utilize um tipo de saco de confeiteiro para escorrer a água durante várias vezes. Rale o queijo também.

Depois misture os três ingredientes na proporção desejada e forme os discos de pizza para pré-assar. O tempo de cozimento vai depender de cada forno, mas entre 15 e 25 minutos. Lembre-se de untar a forma e verificar se não grudou. Caso isso aconteça, tente virar a massa para assar do outro lado.

Para finalizar, recheie a gosto.

Dicas:

  • Se usar o queijo meia cura, escolha um bem curado e sequinho, para não grudar na forma;
  • A abobrinha solta água sempre. Faça com paciência, pois sempre dá par secar mais;
  • Se preferir, prepare a massa e asse um dia anterior do seu evento/jantar, para que os discos estejam prontos apenas para rechear e irem ao forno;
  • A receita pode ser válida para um café da manhã;
  • Nossos melhores recheios foram: Cream Cheese e alho poró | Ragu de linguiça artesanal, cream cheese e cebolinha;
  • Reserve uma pizza para recheá-la com goiabada e queijo;
  • Sal a gosto.

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Receita Papel Machê

Quando comecei a trabalhar com o papel machê busquei muitas referências na internet.

Percebi que cada artista tem a sua receita: jornal, papel higiênico, cola branca, cola de farinha, água sanitária, vinagre e inúmeras misturas. É como receita de bolo, todos possuem uma preferência e sempre adaptam conforme o gosto. Para o papel machê não é diferente.

Então vou passar pra você o passo a passo ilustrado da massa que eu trabalho. No início senti muita dificuldade, principalmente para saber qual a textura correta do papel em cada fase.

Vamos lá?

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1- Materiais: papel higiênico, água quente, cola branca,  liquidificador e recipiente fundo.

2- Retire o miolo de papelão do papel higiênico e pique com a mão todo o rolo dentro do recipiente.

3- Adicione a água quente (ela acelera o processo da quebra das fibras do papel). Se preferir usar água fria deixe o papel de molho por mais tempo.

4- Deixe o papel descansando na água por umas 2 horas mexendo de vez em quando. Se você utilizar a água quente utilize uma espátula para não queimar as mãos.

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5- Coloque pequenas porções do papel no liquidificador, mais ou menos 3 de água para 1 medida de papel.

6- Quando a massa tiver triturada é hora de escorrer a água. É fundamental retirar muito bem o excesso de água.

7 e 8 – Para auxiliar esse processo utilize um pano e torça até parar de escorrer água.

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9 – Volte o papel para o recipiente e esfarele um pouco com a mão pra deixá-lo mais granulado. Muitas pessoas finalizam aqui o processo da quebra das fibras do papel. Como gosto de trabalhar com pequenos detalhes na modelagem, repito o processo do liquidificador, mas agora sem a água.

10 – Em pequenos punhados volto a bater o papel no liquidificador. Ele ficará bem triturado, parecendo floquinhos de neve (imagens 11 e 12).

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13 – Acrescente a cola branca no papel triturado, não existe uma conta exata, é mais ou menos 250g para cada rolo de papel higiênico. Com o tempo você aprenderá a sentir a melhor textura para a sua modelagem. Só tome cuidado para não exagerar na cola.

14 – Misture bem, agora é a hora da mão na massa.

15 – O ponto certo é quando a massa fica uniforme. Faça testes utilizando uma pequena quantidade para fazer cobrinhas e bolinhas. Se a massa não quebrar é que você acertou o ponto.

16 – Como a modelagem de papel machê é feita em etapas, sempre divido em 3 porções. É a medida ideal para cada trabalho. As massas podem ser guardadas na geladeira por até 3 meses.

É isso aí. Se você tiver alguma dica para melhorar o meu processo, deixe um comentário aqui abaixo. É sempre bom compartilhar nossos conhecimentos para deixar nossos trabalhos cada vez mais lindos  😉

 

Toyart, minha paixão

De uns tempos pra cá resolvi colocar a mão na massa.
Com influência de dois artistas brasileiros, Rogério Camolez e Caio Morel, mergulhei no mundo mágico do toyart.
Através de um workshop da revista Zupi, conheci algumas técnicas e com o tempo fui adaptando massa, ferramentas e personagens.
Primeiro, precisava ter um propósito e a reutilização de embalagens e o papel machê me incentivaram.
Segundo, fomentar um hobby com algo que fizesse a hora passar e trouxesse um resgate interno, o meu mundo.
Terceiro, o desafio. E isso estou levando a sério. Cada toy foi feito com suas particularidades. Seja na massa, pintura, tecido ou esqueleto.
O engraçado é que pra mim eles possuem vida, e não consigo finalizá-los na maneira que imaginei inicialmente. Sim, eles decidem e eu apenas sigo as instruções.
Coisa de louco? Bem-vindo ao meu mundo.
Aqui vou dividir com vocês o passo a passo, minhas inspirações e dicas pra você que se comunica através dos meios mais inusitados

Psicodalia 2015

Em 2014 comecei a pesquisar uma viagem diferente para o próximo ano. Encontrei “Um lugar legal pra mim dançar e me escabelar. Tem que ter um som legal. Tem que ter gente legal e ter Cerveja barata”, a letra de Júpiter Maçã feita há muito tempo já parecia prever! E o lugar legal seria o Psicodalia, um festival que respira rock, arte e a vida.

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Juntar amigos na mesma pegada não foi difícil: Dú, Carlota, Gabi e Mariano abraçaram a causa comigo e o Rô. Saímos de Jundiaí e, após 10 horas de estrada, chegamos na Fazenda Evaristo, Rio Negrinho-SC.

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“A vida é feita de pedaços do céu, Hei man, pobre de que, não teve o seu”, e encontramos o nosso pedaço gramado pra montar a barraca, a trilha sonora, Ave Sangria no palco Lunar, começando às 23h, momento de nossa chegada. Depois de montar a barraca, curtimos o Bis e fomos descansar em êxtase. Mas ainda tínhamos que juntar a trupe, que chegaria por volta das 6h da manhã e, com uma sintonia permitida apenas para poucos e em poucos locais, nos encontraram em meio a tantas outras barracas sob chuva!

Se você gosta de música, tá no lugar certo. O som começa a rolar às 13h, seja na rádio Kombi, nas barracas e no Palco do Sol, no banheiro ou no restaurante. A música dita seu ritmo até começar os shows principais no palco Lunar. E para os fortes, o palco dos Guerreiros puxando o sol (no nosso caso ele não apareceu) e clareando o dia. Às 7h é hora do silêncio.

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A fazenda é linda, muito verde e bem estruturada. Banheiros separados para os números 1 e 2, chuveiros quentes espalhados por todos os campings. Apesar de que poderia dar uma ampliada nos chuveiros e a galera poderia se conscientizar e agilizar no banho. A moeda que vale é a Dália, um cartão trocado em guiches 1×1 com o Real, com dinheiro ou cartão de crédito.

“Vou descendo por todas as ruas e vou tomar aquele velho navio. Eu não preciso de muito dinheiro graças a Deus…” porque a galera comeu muito bem. O prato de macarrão à bolonhesa a R$ 8, assim como um generoso pedaço de pizza, o lanche a R$6, o chopp pilsen a R$6, chopp bucanera a R$8, a latinha de Brahma a R$4,20, água refil a R$0,80.

Se você não quiser desembolsar R$5 em um copo personalizado do Psicodália, leve o seu. Nada é servido em vidro ou copo descartável. Lá, cada um cuida do seu. Aliás, o lixo é separado entre orgânico e reciclado e dificilmente se via lixo no chão. A galera leva a sério o respeito com a natureza e a organização do festival mandou bem na equipe de limpeza.

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Choveu muito. Graças aos nossos amigos Gabriele e Mariano, nosso QG estava equipado com fogão, mesa e uma tenda. Curtimos muito nosso espaço porque a chuva não deu trégua. O meninos mandaram bem na “Tenda Truck”, com um rango sempre saindo no café da manhã e a tardezinha. Taí uma dica se você curte acampar com o mínimo de praticidade e conforto: leve fogão. E, no Psicodália, é permitido entrar com comida e bebidas. Dentro do festival é vendido gelo, o saco de 3k custava R$10 (caro!). Como a cidade fica só a 7km do sítio, muitos faziam comprar nos mercados locais, vale a pena.

Os shows são o auge do festival. Você percebe que não há uma correria para não perder determinado show aqui ou ali. O tempo passa mais devagar. Todos aproveitam ao seu modo, seja de frente ao palco, na barraca ou mandando um macarrão para dentro no refeitório.

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Delícia ver famílias com crianças pequenas, amigos, casais, jovens, velhos curtindo o verde, o lago, as músicas, oficinas, teatro e cinema. Tem de tudo, tem pra todos porque “louco é quem me diz, e não é feliz, não é feliz”.

Nem preciso dizer que fechamos com o grande Arnaldo Baptista, apesar de que é difícil falar essa palavra: “fechar”. Tudo ali foi e é um ciclo de vivência, reciclagem, experimentação, sensações, com uma trilha de anônimos, Jards, Orquestras, Joelhos, Babys, e você!

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