O Titicaca Peruano – jan/09

Puno foi a última cidade que visitamos no Peru. Foi um bom trajeto pelo país, que começou em Lima, passou por Nazca, Cusco, Vale Sagrado e Machu Picchu. Para chegar a Puno, pegamos ônibus saindo de Cusco. A localidade é bem pequena, com opção de passeio para a Ilha Taquile e Ilha de Uros.

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Uros, como muitas das atrações já vivenciadas pela gente em todo o passeio, surpreende pela curiosidade. Na verdade, trata-se de um arquipélago artificial construído com sobre uma planta típica chamada de totora, que é entrelaçada sobre um tipo de xaxim, que permite que a ilha flutue.

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O passeio de barco para em uma dessas ilhas. O guia explica a história deste povoado que vive no arquipélago, a forma de sobrevivência, com plantações de batata ao redores das ocas formadas também por totora.

As famílias vão crescendo entre si, onde casais se formam as vezes até entre membros da própria família. E vão se expandindo criando mais e mais ilhas. A cada tempo, os moradores precisam trocar toda a totora, pois ela não se sustenta por muito tempo e começa afundar.

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Nossa despedida é feita pelos nativos cantando “Vamos a La playa…ô ô ô ô”. Tudo isso, sobre o lago Titicaca, o mais alto navegável do mundo, que divide dois países, Peru e Bolívia, a 3.800 metros de atitude.

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A próxima parada é a Ilha de Taquile. Uma ilha simples, que garante boas fotos do lago e uma excelente refeição, com truta, claro. Para fechar, uma festa com os nativos dançando e tocando música, com os turistas participando e interagindo.

Detalhe: todo o artesanato da ilha é fabricado pelos homens. Fim do Peru e mais uma viagem de ônibus, arruma a mala, desfaz a mala e chegamos em Copacabana, Bolívia. Vamos? Clique aqui!

 

Machu Picchu e a trilha do km 104 – dez/08

Há diversas formas para se chegar a Machu Picchu. A mais tradicional é a trilha dos quatro dias, caminhando horas e horas diariamente. Você também pode ir até a cidade de Águas Calientes (cidade-sede) e pegar um ônibus, sem esforço algum. Optamos por um meio termo: a do Km 104.

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Mas como? Existe?

Sim. Você pega o trêm de Ollantaytambo para Águas Calientes e desce na entrada do Caminho Sagrado Chachabamba (advinha em qual km? 104!). Estávamos na altura do forte Rio Urubamba. E iniciamos a subida rumo a Cidade Perdida.

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Duas cenas: ao pé do Rio Urubamba e já no meio da trilha, sob um penhasco e o rio ao fundo

Qual a distância até Machu Picchu?

São 14km, feitos em torno de oito horas morro acima, mascando folha de coca para garantir o fôlego e a respiração nas altas altitudes (média de 3.600m)

Entenda o caminho

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Logo no início temos a 1ª ruína, Chachabamba, uma das cidades incas que os espanhóis não chegaram na época da colonização.

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Para realizar a trilha, obrigatório tênis e calça, e muita disposição. A quantidade de escaleras é infinita. Mas a cada parada para foto, a recompensa. Principalmente quando se vê ao longe uma cidade no meio da montanha e, logo depois, poder invadir e suas ruínas, como Wina Wayna, vila construída para despistar os invasores, fazendo-os pensar que ali acabavam as cidades da trilha inca.

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Chegamos até a base do último dia dos peregrinos que optam pela trilha dos quatro dias. Dali, após mais e mais folhas de coca mastigadas, chegamos a Intipunku, a porta de entrada para Machu Picchu – um dos Patrimônios Cultural da Humanidade.

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A vista, exclusiva para quem realiza a trilha por esse lado, é a mais conhecida de cartões postais. A sensação se reflete e demonstra através de emoção. Vemos a dança das nuvens cobrindo e descobrindo Machu Picchu, essa cidade considera a ‘perdida dos incas’ e descoberta em 1911, pelo norte-americano Hiram Bigham.

A entrada é proibida se você tiver malas/mochilas grandes. Por isso, foi possível apenas algumas fotos e fomos embora. Voltamos no outro dia para desbravar. E é necessário 1 ou 2 dias para aproveitar bem Machu Picchu. E, claro, não descarte o guia!

Por suas vielas, você encontra uma cidade completa com igrejas, construções em geral, agricultura, tudo construído sob perfeição e mistério até hoje!

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A simetria das pedras, em construções religiosas também está presente em Machu Picchu. A posição de pedras para calcular o tempo e orientar para as colheitas. E, a possibilidade de visitar o morro de Huanay Picchu, com a vista contrária a tradicional (passeio apenas realizado pelo Rê).

Agora, faça um passeio pela cidade perdida dos incas ↓

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Ficamos hospedados em Águas Calientes, aproveitamos essa cidade charmosa, com restaurantes à base de truta e sopa (como muitos outros em todo Vale Sagrado).

Essa foi nossa penúltima parada por Peru. Próxima etapa: Puno, conhecer o lado peruano do lago Titicaca, antes de fazer a segunda etapa da viagem, na Bolívia. Vamos? Clique aqui

 

Cerimônia e Benção em Sacsayhuaman – dez-08

Antes da partida para Machu Picchu, após estar totalmente ambientado com as construções e cultura incas por todo Vale Sagrado, fomos pedir a benção para realizar a trilha do Km 104 que nos ligaria a Cidade Perdida.

A cerimônia religiosa foi realizado por um xamã, no meio das ruínas de Sacsayhuaman, em Cusco. O xamã, Pedro, abençoou a nós quatro para a trilha da purificação. Na oferenda a Pachamama, Wiracocha e aos Apus das Montanhas havia pelos de lhama, doces, vinho, ervas e outros elementos que, ao final, foram queimados.

A paz que Pedro passava nos deixou preparados para realizar a trilha, respeitando todos os nossos limites.

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Durante a benção, como havíamos combinado, pedimos para que o xamã realiza-se a nossa união matrimonial. Casamos ali, com nosso padrinhos Rê e Dani, podendo compartilhar esse momento eterno e repleto de muito amor! (ainda casaríamos mais duas vezes, no civil e em uma cerimônia de umbanda).

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Vale Sagrado – dez/08

São várias as opções para visitar o Vale Sagrado, um nome dado a localidade que agrega diversas cidades com a cultura inca. Nosso roteiro foi:

Chinchero

A primeira parada e o que se viu nela é o retrato de outros vilarejos: casas feitas com a base de pedras incas e a mistura com construções espanholas. A presença de cruz em um sincretismo religioso com a religião xamã sempre presente nas praças.

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A cidade é uma das sete províncias de Urubamba, que contempla ainda algumas cidades que visitamos: Urubamba, Ollantaytambo, Maras e Machu Picchu.

Maras

Visita à salinas, onde os trabalhadores tem ali o seu sustento. Compramos até um pacote de 500g de sal, a R$ 0,50 (em 2008).

Maras Maras Maras Maras

Moray

Foi o próximo destino, com o gigantesco sistema de agricultura, onde em cada ‘degrau’ se plantava um determinado alimento, que reageria da melhor forma devido a sua posição e clima. Mais uma vez a gente acaba se sentindo muito pequeno perto de tanta grandiosidade do trabalho realizado pelos povos incas.

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Para fechar essa localidade, temos a vista da Cordilheira Real e seus paredões de neve.

Moray

As Chincherias

O que nos chamou a atenção por todo o trajeto que fazíamos dentro desses vilarejos é um tipo de sinalização em cada porta. Trata-se das chincherias local onde se fabrica e comercializa a chincha, espécie de cerveja muito apreciada antigamente pelo povo inca e que ainda mantém a tradição. Feita a partir do milho é meio amarga. Vale a visita para fotos e, claro, uma saidera.
Chincherias Chincherias Chincherias Chincherias Chincherias Chincherias

Ollantaytambo

Para finalizar, um local incrível. O tamanho do paredão que cerca a cidade de Ollantaytambo mostra a imponência e estratégia dos incas. As casas são meros detalhes perto da fortaleza militar construída estrategicamente nas montanhas. Na história, seria muito difícil a conquista daquela localidade pelos espanhóis, já que os incas estariam bem localizados prontos para o contra-ataque. Seria, mas não durou muito. Em Ollantaytambo é possível ver também similares sistemas de agricultura de Moray.
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Por todo vale encontra-se as crianças pelas ruas, as vezes pedindo dinheiro, mas também dando a oportunidade de um contato e uma pequena prosa. Tudo ali é mágico pela capacidade de desenvolvimento de uma sociedade há tanto tempo, agregada as singulares atrações naturais.

Vale-Sagrado

vale-sagrado

 

Machu Picchu

Quer ir pra lá? Vem com a gente, de uma forma diferente, dormindo em Ollantaytambo, pegando o trêm, descendo no meio do caminho e….clique aqui.

Agora se você quiser ver antes como foi uma cerimônia matrimonial e benção para o caminho que teríamos por Machu Picchu, clique aqui!

 

Cusco, uma viagem espiritual – dez/08

De Nazca a Cusco foram mais de 15 horas de viagem. Esse é o momento que valeu a pena não ter chegado direto à capital Inca de avião, pois fomos nos acostumando com a altitude.

Passamos por montanhas, barrancos e desfiladeiros, parecia que não chegaríamos nunca, foi uma viagem tensa. Quando amanheceu já dava para avistar os picos nevados e montanhas imensas, a paisagem surpreendia a cada curva sinuosa. Taí uma dica que vale a pena: tente reservar a poltrona na parte de cima do ônibus, em cima do motorista, assim você terá uma visão exclusiva.

Já comecei a sentir os efeitos da altitude, o remédio Soroche realmente é milagroso. E falando em altitude, cadê o oxigênio desse país?!?! Subir três lances de escadas já era tarefa para as meninas super poderosas. E nem pense em não tomar o remédio. Antes ficar bem, do que perder viagem. Compre em qualquer local e, ao primeiro sinal de tontura, dor de cabeça, tome. Para completar: chá de coca a todo momento (nos hotéis são servidos gratuitamente)

Fomos recebidos pelo guia Roberto, uma luz humana que transformou cada detalhe da viagem em momentos espiritualmente mágicos. O Roberto é um guia que fizemos contato por indicação e ele cuidou da gente por toda viagem pelo Vale Sagrado.

Cusco

Meninas cusqueñas com filhotes de llama. (tirou foto? já separe alguns pesos)

Nossa primeira parada foi Koricancha, um museu/mosteiro, onde as construções incas se misturam com as espanholas. Foi nossa primeira aula sobre a antiga civilização Inca, o encaixe das pedras, a hieranquia da sociedade, cultura, religião, costumes…e saindo da boca do Roberto, tudo ganhava vida, como se estivessemos vivendo na mesma época.

Como chegar?

Koricancha fica bem no centro de Cusco, perto da praça principal. Não tem como errar. Visita obrigatória!

Cusco

Vista noturna do Koricancha

Cusco

Roberto nos deu uma aula sobre a antiga civilização Inca. Taí o porquê de contratar um guia local. Dê preferência para aqueles um pouco mais velhos, que têm o prazer de contar a história, com calma, para grupos pequenos. 

Cusco

Saímos de lá direto às ruínas de Sacsayhuamán e no caminho fomos presenteados pela vista panorâmica da cidade de Cusco.

Cusco

Sacsauhuamán: um grande parque arqueológico, com suas pedras gigantes e encaixes perfeitos. Onde mistérios e espiritualidade caminham lado a lado.

Cusco

De volta ao centro, a Plaza de armas é onde reúne igrejas, bares e restaurantes. Chegamos a passar o Reveillon, com muita gente reunida e sem problema algum. Logicamente, cuidamos e não vacilamos como em qualquer cidade grande.

O centro guarda muitas histórias. Caminhe lentamente, seja de manhã ou a noite. Reflita sobre o trabalho dos Incas, com o encaixe perfeito das pedras, como essa a que possui 12 cantos (foto principal deste post) ou qualquer e muitas outras como a de baixo.

Cusco

Infos Complementares

Roupas: Fomos em dezembro e estava frio. Não adianta, é a altitude. Leve blusas de ‘quebra vento’ e deixe um espaço na mala para comprar alguma de pele de alpaca ou lhama. Aliás, a de alpaca é mais cara pois o material é de melhor qualidade. Vale o investimento.

Guia: Super recomendado > Roberto Carpio. Aqui tá o Face dele

Vale Sagrado

Quem vai pra Cusco, tem que visitar o Vale Sagrado. Vamos? Clique Aqui!